Compartilhar: Este verbo é muito plural em seu significado, pois, podemos compartilhar inúmeras coisas diferentes. Pode-se compartilhar: amor, solidariedade, moradia, informação, serviços, novidade, conversa, enfim, o compartilhar é para mim, uma arte. Arte em que o ser humano pratica o ato de partilhar, isto é, promover uma troca em que se estabelecerá algum tipo de relação. Sendo assim, acredito muito nesta ação do compartilhar, principalmente quando se objetiva promover o bem.
Compartilhar é humano, pode ser benéfico. Se idealizado com coerência, faz bem. Quem se relaciona de alguma forma com a arte e com os inúmeros estilos de se produzir arte, de certa maneira está compartilhando algo. O simples fato de produzir arte depreende em que se compartilha arte. Um músico, cantor, dançarino ou mesmo ator permite com o seu trabalho designar um modo de comunicação que possibilita a quem contempla a arte o ato de compartilhar as emoções e sentimentos emanados no trabalho desenvolvido pelo artista.

As imagens são poderosos elementos que compartilham uma imensidão de informações e sentidos que se permeiam nas dissonantes formas de representação. Sobre a pintura, permite-nos perceber em que os traços de cores apresentados na tela nada mais são do que o resultado de uma obra. Uma obra constituída por um processo de trabalho desempenhado pelo pintor, o qual provavelmente pensou na melhor forma de compartilhar a sua arte com alguém. O mesmo ocorre com o fotógrafo, que exerce um esforço em prol do melhor produto de captação ou que simplesmente registra algum momento, e assim partilha as nuances pensadas, podendo elas ser utilizadas na compreensão da foto.
Mas, algo que se destaca há muito tempo no compartilhar, não desmerecendo as outras artes, é a escrita. Presente há milhares de anos, a escrita é um meio de comunicação, o qual desempenha papel fundamental no compartilhamento de saberes, informações e pormenores dos seres humanos. Ela, muitas vezes utilizada para disseminar a fé, a exemplo do alcorão e da bíblia, mantém uma relação de poder. Possibilita a relação entre autor e escritor que nada mais é formada pelo mecanismo da comunicação, em que um emissor transmite, a priori, uma mensagem para que um receptor a receba. Entretanto, essa relação não se encerra quando o receptor recebe a mensagem, pois, ao compreender o sentido da mesma, este sujeito pode dialogar com autor.
Assim, aproximando-se com este exemplo de comunicação, o ato de compartilhar também se perfaz por diálogos. Quando alguém compartilha algo, não se objetiva findar-se o conteúdo ali compartilhado, mas sim dar continuidade ao sentido do conteúdo. Destaca-se a essência da arte de compartilhar, que é justamente a ideia de seguimento, de continuação dos pensamentos propostos. Portanto, ao se compartilhar sentidos, concede-se a promoção de ensinamentos que podem ou não fazer com que os indivíduos conheçam, reconheçam ou se reconheçam em discussões que não diz respeitos aos seus ideais.